quinta-feira, 22 de maio de 2014

MUSEU AFRO-BRASILEIRO DEVE SAIR DO PAPEL EM BREVE


A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse no último dia (20) que o edital do concurso para definir o projeto arquitetônico do Museu Nacional Afro Brasileiro de Cultura e Memória deve sair nos próximos dias. O projeto do concurso está a cargo do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e a expectativa é que seja lançado ainda neste primeiro semestre, segundo a ministra.
Ela confirmou que a parceria com o IAB está fechada desde 2013, mas preferiu não dar detalhes sobre o edital. “Mudamos algumas coisas, e talvez na semana que vem tenhamos novidades”, declarou Marta em visita ao Rio de Janeiro.
O Museu Afro será erguido em Brasília, em terreno doado pelo governo do Distrito Federal, às margens do Lago Paranoá. A ideia é criar um centro de referência da cultura negra, com pesquisas sobre a situação dos negros no Brasil, sobre os impactos da escravidão, onde o visitante poderá compreender a influência da cultura afro-brasileira na identidade nacional.
Presidente da Frente Parlamentar em Apoio à Criação do Museu Afro-Brasileiro em Brasília, o deputado Edson Santos (PT-RJ), destinou R$ 300 mil em emenda parlamentar de 2013 para o concurso do IAB. Este ano, a frente parlamentar arrecadou mais R$ 600 mil para executar o projeto, que deve ser escolhido no concurso.
O deputado disse que a ideia da frente é articular o Congresso Nacional para viabilizar a construção e manutenção da unidade. “Ao iniciar-se o projeto, quando o museu ganhar materialidade, a frente parlamentar vai buscar recursos e mecanismos para fortalecer o orçamento do ministério com vistas ao museu”, disse à Agência Brasil.
Durante seminário sobre a escravidão, na Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, zona sul do Rio, a ministra da Cultura destacou que o museu afro “pretende resgatar uma história não contada”. “Finalmente, a história vai sair dos livros, quer dizer, entrar, porque nunca entrou, e em museu, que não será de artefatos – esses nós temos -, mas de arquivos, que faça pesquisa, que possibilite reflexões e que agregue à nossa capital, Brasília, esse lugar de aprofundamento da identidade brasileira”, explicou.
O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com servidores em greve, não atendeu à reportagem. Procurado, o IAB também não antecipou detalhes sobre o concurso.


Fonte: ebc.com.br/editor Stênio Ribeiro

domingo, 18 de maio de 2014

18 CURIOSIDADES SOBRE MUSEUS E CENTROS CULTURAIS DO RIO DE JANEIRO.

Dezoito fatos sobre as salas de exposição e centros de arte da cidade. Saiba mais sobre a história, as construções e os acervos dos principais museus do Rio
por Louise Peres | 16 de Maio de 2014.



CCBB Rio: em duas décadas, ele já figura entre os principais centros culturais do mundo


Nos últimos anos, os cariocas não têm do que reclamar: estão muito bem servidos quando se trata de programação cultural de museus. Além de construções interessantes, os centros de exposição cariocas são destino de exposições imperdíveis - como os expoentes do Impressionismo, que atraiu uma multidão de visitantes ao CCBB, ou as obras hiper-realistas de Ron Mueck, atualmente em cartaz no MAM. Para a nossa sorte, o que não faltam são museus na cidade – e sempre teremos algo a descobrir sobre eles. Na semana em que é celebrado o Dia Internacional de Museus (18 de maio), VEJA RIO listou dezoito curiosidades sobre alguns dos principais espaços de exposição do Rio - certamente você desconhece muitos desses fatos. Confira a lista abaixo e saiba mais sobre eles.


1 - Na famosa rotunda, o pregão da bolsa Inaugurado como sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, em 1906, o Centro Cultural Banco do Brasil abrigava em sua rotunda o pregão da Bolsa de Fundos Públicos. Na década de 1920 passou a pertencer ao Banco do Brasil, que o reformou para abertura de sua sede. 

Rotunda: espaço que hoje recebe obras interativas antes abrigava o pregão da bolsa.


2 - Sai o dinheiro, entra a arte: No final da década de 1980, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e retrabalhou a cúpula sobre a rotunda.

3 - Em duas décadas, referência para a cultura: Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB transformou-se rapidamente em um dos centros culturais mais importantes do País. É o museu/centro cultural mais visitado do Brasil e o 17º no mundo, de acordo com o ranking da publicação inglesa The Art Newspaper (abril/2013).

4 - Quase 15 mil m² de arte: A construção possui uma área construída de 19.243m². O CCBB ocupa 15.046m² desse total.

5 - Jardim com a mão presidencial: As palmeiras, elementos marcantes dos jardins do Museu de Arte Moderna, tiveram o plantio inaugurado pelas mãos do então presidente Juscelino Kubitschek, em 1958. Ele foi o responsável por plantar a primeira de uma série de 48 mudas.

6 - Sede no Capanema: Antes de ocupar o prédio atual, no Aterro, o MAM foi instalado em 1952 no Palácio Gustavo Capanema, então sede do Ministério de Educação e Saúde. Em dezembro, a Câmara dos Vereadores aprova proposta de doação de terreno de 40 mil metros quadrados para a instituição.

MAM: instalação nos pilotis

7 - O prédio atual: A construção que hoje abriga o MAM teve o projeto desenhado por Affonso Eduardo Reidy em 1954. No mesmo ano, Roberto Burle Marx projetou os jardins. Somente em 58 foi concluída a construção do Bloco Escola, que passou a ser a sede do museu. A mostra inaugural apresentou trabalhos do pintor inglês Ben Nicholson e de nove escultores britânicos contemporâneos.

8 - Acervo destruído: Vinte anos depois, em 8 de julho de 1978, um incêndio destrói praticamente toda a coleção do Museu, provocando também graves danos ao Bloco de Exposições. Nenhuma das telas da mostra Arte Agora III – América Latina: Geometria sensível escapa ao fogo.

9 - Uma coleção portuguesa, com certeza: O acervo do Museu Nacional de Belas Artes teve origem no conjunto de obras de arte trazido por D. João VI de Portugal, em 1808. Alguns anos mais tarde, ele foi ampliado com a coleção reunida por Joachin Lebreton, que chefiou a chamada Missão Artística Francesa, formando a mais importante pinacoteca do país. Este núcleo original foi enriquecido com importantes incorporações ao longo do século XIX e início do século XX.

Museu Nacional de Belas Artes: acervo inicial trazido de Portugal.


10 - Cem anos depois: Com a construção da nova sede da Escola Nacional de Belas Artes, em 1908, um projeto do arquiteto Moralles de los Rios, a coleção passou a ocupar parte do novo prédio. O MNBA seria criado oficialmente somente em 13 de janeiro de 1937.

11 - Setenta mil itens: É o acervo estimado do MNBA. Compõem a coleção pinturas, esculturas, desenhos e gravuras brasileiras e estrangeiras dos séculos passados até a contemporaneidade, além de reunir um segmento significativo de arte decorativa, mobiliário, gliptíca, medalhística, arte popular e um conjunto de peças de arte africana.

12 - Hoje Museu da República, antes residência: Hoje um espaço destinado a preservar, investigar e comunicar a história da República Brasileira, o palácio do Catete serviu de residência para o Barão de Nova Friburgo e sua família, entre 1866 e 1890, e para os presidentes republicanos, entre 1897 e 1960.

13 - A República em 10 mil peças: O acervo é composto por coleções que reúnem cerca de 10 mil objetos relativos à história do período republicano no país, desde a sua idealização aos dias atuais: objetos pessoais de políticos e personalidades importantes da época; coleções com objetos pertences à família do barão de Nova Friburgo, primeiros moradores do palácio.

14- Quase três anos de obras : Foi o período necessário para que o Museu de Arte do Rio (MAR) abrisse as portas de seus dois prédios de perfis heterogêneos: o palacete tombado Dom João VI e um edifício de estilo modernista, que abrigava um terminal rodoviário. As duas construções que formam o museu, unidas por meio de uma passarela e uma cobertura em forma de onda, totalizam um complexo de 15 000 metros quadrados. 

Museu de Arte do Rio: quase três anos de obras.


15 – Marco da museologia no país: O Museu Histórico Nacional Abrigou o primeiro curso de museus do país, criado por Gustavo Barroso em 1932, atual Escola de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, primeira instituição de ensino superior em Museologia na América Latina.
16 – Política de preservação: O museu também foi o pioneiro na política de preservação do Patrimônio Nacional, abrigando, entre 1934 e 1937, a Inspetoria de Monumentos Nacionais.

17 – 350 mil itens: É o número estimado do acervo do MHN, criado na década de 1920. Dentre as peças está a maior coleção de numismática da América Latina.

Tela no MHN: um dos 350 mil itens que compõem o acervo.



18 – O prédio: A construção que abriga o MHN foi erguida pelos portugueses para servir de defesa da Baía da Guanabara, e a configuração de seu conjunto arquitetônico é um retrato da memória da ocupação e urbanização da cidade. O Forte de São Tiago da Misericórdia foi construído em 1603, na ponta do Calabouço, porção de terra estratégica que avançava sobre o mar entre as praias de Piaçaba e de Santa Luzia, desempenhava importante papel na proteção da cidade e na administração colonial.


Fotes: VejaRio; sites oficiais dos museus; site do projeto Museus do Rio. 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

BRASIL ESTUDA CONSTRUIR CENTRO DE RESTAURAÇÃO DE OBRAS


















Ministra Marta Suplicy visita o atelier de restauração da brasileira Regina Costa Pinto.

As mãos que retocam importantes obras de arte do Museu do Louvre são da restauradora brasileira Regina Costa Pinto Moreira. A baiana que trabalha há mais de 40 anos para o museu mais visitado do mundo já se dedicou à restauração de telas de Tiziano, Caravaggio, Goya, El Greco, Manet, entre outros. Considerada uma das principais restauradoras na França e inclusive premiada pela Assembleia do Senado Francês, Regina agora trabalha na restauração da obra "Bethsaba segurando a carta de Rei Davi", de Rembrandt. "É um trabalho minucioso. Estou trabalhando desde janeiro nesta tela e só devo acabar em junho", explica.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, foi conhecer de perto o trabalho da brasileira que mora em Paris e pensa em levar o modelo de trabalho dos franceses para o Brasil: "É um trabalho inspirador e nós devemos focar em um Centro de Restauração para os museus federais nos moldes do Louvre. É uma forma interessante de se trabalhar", destaca a ministra.
A ideia é montar um Centro Referencial de Restauração Nacional com um laboratório para fazer um exame das obras e definir o trabalho que deve ser realizado em cada peça. A contratação da restauração é feita por obra por meio de licitação. "A intenção é conjugar recursos públicos e privados para se manter um grande programa de restauração e conservação de obras", explica Ângelo Oswaldo, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). No Louvre, cerca de 1600 obras são restauradas anualmente.
Intercâmbio Brasil-França
Desde o ano passado, o Brasil concede, a cada ano, bolsas a três estudantes de mestrado ou doutorado em universidades brasileiras para participar do Seminário Internacional de Verão de museologia, da Escola do Louvre, e de estágios em museus de Paris ou da região parisiense indicados pela Escola, perfazendo até três meses de intercâmbio na França. A Escola do Louvre, igualmente, enviará três estudantes franceses, anualmente, para estágios de até três meses em museus brasileiros indicados pelo Ibram.
Quanto ao intercâmbio profissional, anualmente os países se comprometeram a enviar um profissional ou docente da área de museologia para ministrar seminários de uma semana sobre temas de interesse mútuo. No ano passado, o Brasil enviou um professor, que ministrou curso de uma semana na Escola do Louvre sobre a museologia no Brasil, com foco em museologia social. Neste ano, o Brasil receberá uma professora francesa que ministrará curso de uma semana sobre estudos de público e acessibilidade a museus.
A Escola do Louvre é uma instituição de ensino superior, vinculada ao Museu do Louvre e ao Ministério de Cultura e Comunicação da França, que ministra cursos nas áreas de museologia, história da arte, antropologia e arqueologia.





Fonte: Ministério da Cultura