Foto: Markus Schreiber / AP
A máquina robotizada começou nesta quinta-feira a
escrever o texto sagrado da Torá no Museu Judeu de Berlim, assumindo assim o
tradicional trabalho que escrivãos realizam durante séculos.
Fantasiado com tinta e pluma, o braço do robô escreverá a
velocidade humana dez horas por dia e reproduzirá "à perfeição" o
estilo original dos copistas, segundo declarou durante sua apresentação Cilly
Kugelmann, diretora do museu da capital alemã.
O robô faz parte da exposição "Die Erschaffung der
Welt" ("A criação do mundo"), que o Museu Judeu acolhe estas
semanas e que mostra a maior coleção privada de manuscritos judaicos do mundo.
A tecnicidade de seu trabalho mecânico - "não
precisa comer, beber, nem ir ao banheiro", brincou Kugelmann -, permitirá
além disso ao robô terminar de escrever os 304.805 caracteres da Torá "em
apenas três meses", frente aos nove que um copista especialista
necessitaria.
Segundo explicou à Efe Jan Zappe, um dos criadores desta
instalação artística, é também fácil de manter, pois a tinta é abastecida uma
vez por semana e o rolo de pergaminho - para esta Torá são necessários 80
metros -, será bastante até o final da mostra.
O rabino Reuven Jaacobov, que mostra ao público da
exposição como se escreve a Torá ao estilo tradicional, afirmou em declarações
à Efe que se trata de um trabalho "muito lindo", pois servirá para
divulgar esta tarefa milenar.
Não é a primeira incumbência deste robô, que foi
apresentado pela primera vez em 2007 em Karsruhe e que, após passar pela
Cartuja de Sevilha em 2008, concluiu em 2012 a árdua tarefa de transcrever a
Bíblia com uma caneta.
Sob a supervisão da equipe técnica e artística formada
por Matthias Gommel, Martina Haitz e Jan Zappe, o robô instalado então na
frente da catedral de Tréveris, investiu nove meses em reproduzir em papel ao
redor de cinco milhões de letras e sinais em mais de 2.000 páginas.
Fonte: Terra
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