sexta-feira, 26 de julho de 2013

PLANO MUSEOLÓGICO



O “Plano Museológico/Diretor” é de essencial para a boa administração e a segurança de museus. É um processo que pode guiar os museus, ao longo dos anos resultando em melhores serviços e maior eficiência, bem como em um documento útil, para uma melhor organização do trabalho interno, clareza das necessidades da instituição como também auxilia na definição de prioridades para execução de projetos.
Plano Museológico é uma ferramenta básica de planejamento estratégico, de sentido geral e integrador, indispensável para a identificação da missão da instituição museal e para a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e das ações de cada uma de suas áreas de funcionamento.
PLANO:
 Ferramenta de planejamento museológico, de caráter global e integrador, que distribuem objetivos e atuações na instituição e em todas e cada uma de suas áreas funcionais, estabelecendo uma seqüência de prioridades
PROGRAMA:
Documento para a classificação das atuações em cada âmbito do museu, que abrange a relação das necessidades para o cumprimento de suas funções, que se concretizarão em diferentes projetos.
PROJETO:
Documento executável que possibilita a materialização concreta das especificações técnicas reconhecidas nos diferentes programas. Nos projetos são definidas, descritas e propostas as soluções ajustadas para as necessidades das instituições.



DEFINIÇÃO DA MISSÃO DO MUSEU
Instrumento básico: MISSÃO da instituição definição da identidade, singularidade e relevância da instituição.
MISSÃO
A missão é um conjunto de palavras que contém, de forma resumida, a finalidade, valores, metas, estratégia e o público alvo de uma instituição. (Davies, 2001, p.32)
DIAGNÓSTICO COMPLETO
 Diagnóstico das funções, recursos e serviços da instituição com a finalidade de descrever de forma clara e precisa suas principais carências e apontar as soluções por ordem de prioridades na elaboração de programas e intervenções.
PROGRAMA INSTITUCIONAL
Exemplos: Criação de uma associação de amigos do museu;
Criação ou redefinição do regimento interno da instituição;
Relações institucionais necessárias para o cumprimento dos fins do museu;
Participação em redes temáticas nacionais e internacionais, participação em organizações nacionais e internacionais.
PROGRAMA DE ACERVO
Programa de aquisições:
Exemplos: prioridades de aquisição para complementar coleções já existentes.
Programa de documentação:  
Exemplo: diretrizes gerais do sistema de documentação, prioridades, adoção de vocabulário controlado, implantação de sistemas informatizados, documentação dos processos de conservação e restauração, digitalização dos documentos em suporte papel, política de segurança de dados, acessibilidade da documentação a pesquisadores etc.
Programa de conservação abrange: conservação preventiva, condições ambientais (sistemas de medição e controle de umidade, temperatura etc), iluminação, sistema de medição, instalação de filtros, acondicionamento e manuseio, restauração.
PROGRAMA ARQUITETÔNICO
Deve apontar as necessidades espaciais e de infra-estrutura da edificação. Sugere-se que sejam desenvolvidos os seguintes pontos:
Considerações gerais: planejamento urbanístico, histórico, aspectos técnicos (ex: estudos do terreno, condicionantes climáticos) etc.
Espaços: o programa deverá conter uma relação dos espaços do museu. Cada espaço deverá ser descrito em termos de características (m2, instalações, equipamentos), uso e função.
Condições gerais de conservação e proteção do edifício: (exemplos: sistemas de controle ambiental, sistemas de iluminação, necessidades de conservação, proteção, restauração, aspectos de segurança etc.)
PROGRAMA DE EXPOSIÇÃO
Exposição longa duração:
Conceito, organização dos conteúdos (temáticas, cronologia etc), seleção de objetos, utilização de recursos audiovisuais, recurso de quiosques informativos, recursos expográficos etc..
PROGRAMA EDUCATIVO
Programa relacionado às atividades educativas do museu. Exemplos de programas a serem implantados;
Público: treinamento das monitoras para atendimento aos portadores de necessidades especiais (deficientes físicos, cegos etc);
Recursos humanos: início de atividade de visita guiada;
Equipamentos: compra de audio-guias;
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E PESQUISA
1.    Pesquisas de público;
2.    Avaliação das exposições permanente e temporárias;
3.    Estudos de marketing;
4.    Campanhas de publicidade;
5.    Publicações;
6.    Cursos, conferências, palestras;
7.    Página web (site);
8.    Produtos comerciais.
PROGRAMA DE SEGURANÇA
Deve relacionar todos os aspectos que afetam a segurança da instituição como: acervo, edificação, funcionários e público.
1.    Proteção contra incêndios (prevenção, detecção, extinção) inundações e outros desastres naturais;
2.    Planos de emergência;
3.    Saídas de emergência;
4.    Proteção contra vandalismo, roubo, invasão, etc;
5.    Transporte de bens culturais;
PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS
Relacionado a todo o efetivo da instituição: concursados, terceirizados, contratados por tempo determinado etc.
1.    Organograma funcional e pessoal da instituição (regimento interno);
2.    Qualificação e perfil dos cargos;
3.    Necessidades de contratação;
4.    Propostas de melhoria;
5.    Propostas de capacitação;
6.    Propostas de formação;
7.    Propostas de parceria com outras instituições para estabelecimento de estágios, voluntariado etc.
PROGRAMA DE RECURSOS ECONÔMICOS
1.    Proposta de incremento dos recursos recebidos com justificativa de suas necessidades:
2.    Ingressos;
3.    Campanhas de captação de recursos;
4.    Patrocinadores;
5.    Participação em editais;
PLANO MUSEOLÓGICO
Do plano como um trabalho coletivo: importância, vantagens e limites;
Elaboração: caminhos e descaminhos;     
Implantação: obstáculos e superações;
Avaliação: quem tem medo de errar não faz nada ou o erro está na dúvida.

Referências:
DAVIES, Stuart. Performance Management. Museums Association
Briefing Paper, 1994.
STUART, Davies. Plano Diretor. Tradução de Maria Luiza Pacheco Fernandez. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 2001.

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